Adversário não é inimigo. Rivais só em campo’. Esse foi o tema da entrevista coletiva convocada em conjunto por Corinthians e Palmeiras antes do clássico entre os dois clubes neste domingo. A ideia surgiu com o intuito de conscientizar ambas as torcidas de que a violência no futebol precisa acabar. Representando o alvinegro, sentaram-se à frente dos microfones o presidente do clube Mário Gobbi e o técnico Mano Menezes. Do lado palmeirense quem falou foi o mandatário Paulo Nobre e o treinador da equipe Gilson Kleina.
Representante do time mandante, o presidente do Corinthians, Mário Gobbi, abriu a coletiva. “Os acontecimentos recentes fizeram com que a gente, dirigentes de futebol, tomássemos atitudes. Não que essas atitudes irão acabar com a violência no futebol, mas podem ser uma forma de diminuir isso. Não dá mais para ficar de braços cruzados e assistir a cenas de vandalismo, desrespeito ao ser humano, desrespeito à cidadania, atos e condutas que afastam as pessoas do futebol”, disse.
Em seguida, o dirigente do Palmeiras, Paulo Nobre, deu continuidade à entrevista e também pediu conscientização aos torcedores. “Não podemos ser ingênuos. Não temos a pretensão de, com esse ato, resolver o problema da violência no futebol brasileiro. Porém, essa atitude, que no momento é isolada, é uma atitude que tem que servir de exemplo para as nossas bases. Estamos falando de Palmeiras e Corinthians, do dérbi, estamos falando, sem dúvida nenhuma, da maior rivalidade do futebol paulista, senão for a maior do futebol brasileiro. Porém, é muito importante que as pessoas, que os torcedores entendam, que adversário não é inimigo e que a rivalidade que existe é dentro de campo”, explicou.
Primeiro dos treinadores a falar, Gilson Kleina, do Palmeiras, endossou o discurso da paz nos estádio. “A mensagem tem que passar pela conscientização. Dentro do futebol, o que a gente mais prega e quer demonstrar, primeiro, é claro, é o bom futebol, e resgatar a alegria do torcedor ir para o estádio ou então assistir da sua casa. Na segunda-feira vai ter aquele que vai sorrir e aquele que perder vai ter o sentimento de tristeza, mas que pare por aí”, declarou.
Fechando a fala de apresentação sobre o tema principal da coletiva, o técnico corintiano, Mano Menezes, pediu mais sensatez àqueles que estão dentro dos clubes. “Penso que estamos aqui porque deve partir de quem comanda o exemplo maior. Cada evento que passamos, notamos que as coisas caminham mais para o sentido contrário do que queremos e estamos nos conscientizando de que todos nós perderemos. E que comecemos também a excluir atitudes mais radicais e que, no meu modo de ver, incentivam isso, às vezes de nossa parte, cutucando um ao outro num momento mais decisivo, seja como dirigente, como técnico ou atleta”, finalizou.
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