Suspeitos de lançar rojão são indiciados por homicídio doloso

Suspeitos de lançar rojão são indiciados por homicídio doloso



O delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, entregou nesta sexta-feira, na 8ª Promotoria de Investigação Penal do Ministério Público, o inquérito que investigou a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão durante protesto no Centro do Rio, no último dia 6. Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, foram indiciados por homicídio doloso, quando há a intenção de matar. O delegado representou ainda para que as prisões de Fábio Raposo e Caio Silva de Souza sejam convertidas de temporária para preventiva.

O advogado Jonas Tadeu Nunes, que defende Fábio e Caio, disse que vai pedir a anulação do inquérito. Ele esteve no presídio na tarde desta sexta, para saber o motivo de Caio ter mudado sua versão inicial e negado ter acendido o rojão. Segundo Tadeu, Caio não demonstrou nenhum interesse em dar depoimento. Ele disse ao advogado que foi acordado.

O Jornal Extra publicou ontem que Caio Silva de Souza, apontado como o homem que acendeu o rojão que matou Santiago, prestou depoimento a policiais da 17ª DP e a agentes da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap).

Segundo o jornal, Caio disse no depoimento que Fábio o atiçou para disparar o rojão, dizendo “Solta, solta...”, no momento em que entregou a ele o artefato e que o tatuador disse ainda “acende aí”. Porém, segundo a versão de Caio, quem acendeu o explosivo foi o próprio Fábio. Caio teria apenas segurado o artefato e o colocado no chão já aceso.

Ao saber do teor do depoimento, o advogado Jonas Tadeu disse que teria que largar o caso se fosse confirmado esse confronto de versões. “Se houver uma colisão, aí é claro que não pode haver uma única defesa. Eu vou ter que pensar como eu vou fazer em relação a este caso”, disse.

O advogado disse que iria se reunir com seus dois clientes e definiria como prosseguiria com a defesa. Questionado se ele iria escolher entre um dos dois clientes, Tadeu falou que optaria por não escolher. “Por uma questão de ética, como eu comecei com os dois, eu não iria optar nem por um nem por outro (...). Como os dois detêm a minha simpatia e o meu querer bem, eu não escolheria um dos dois, nunca”, disse.

Jonas Tadeu ainda disse que chegou ao caso por causa de dois estagiários, que seriam amigos de infância de Fábio. “O Fábio é amigo de infância de dois estagiários do meu escritório. Eu já conhecia o Fábio, porque ele é skatista e, às vezes, o escritório patrocinava esses garotos. Os meninos trouxeram ele pra mim e eu comecei a defesa”, falou.

Com Portal Terra


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